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Introdução

Definição

O molusco contagioso é uma doença benigna, autolimitada, causada pela infecção das células da superfície da pele por um vírus da família Poxviridae – o vírus do molusco contagioso.

Frequência

Trata-se de doença muito comum na infância, a partir do primeiro ano de vida. Os vários estudos apontam para uma prevalência de 10% na população em geral, sendo que a faixa etária mais afectada são as crianças entre os 2 e os 5 anos de idade. 

Causa

O vírus do molusco contagioso tem afinidade para as células humanas da epiderme, isto é, a camada mais superficial da pele, pelo que o contágio se faz por contacto cutâneo próximo. Isto explica o fácil contágio entre crianças que frequentam piscinas, dando origem a surtos de infecção por molusco contagioso. Este contágio é particularmente frequente em crianças com pele atópica ou com eczema. O período de incubação varia entre 2 semanas a 6 meses. 

Sinais e sintomas

Esta infecção cutânea manifesta-se por pequenos nódulos (“borbulhas”) na superfície cutânea, de cor rosada ou cor da pele, com uma depressão central à semelhança da forma de um “umbigo”, preenchidas por um material gelatinoso e pegajoso. Medem habitualmente entre 1 e 5 mm.

Lesões de molusco contagioso no tronco de uma criança

Ocasionalmente podem observar-se lesões com maiores dimensões (5-10 mm). Nas crianças as localizações mais frequentes são as áreas de fricção do vestuário, como o pescoço, as axilas e o tronco, podendo também atingir os membros e, com menos frequência, a cara e o couro cabeludo.

O aparecimento de lesões nas zonas anal e genital não é sinónimo obrigatório de transmissão sexual, podendo corresponder a auto-inoculação.

O que fazer

O molusco contagioso não faz parte das doenças com carácter de urgência médica, sendo uma patologia que pode e deve ser avaliada em contexto de consulta com o seu pediatra ou médico assistente, com eventual referenciação a uma consulta de especialidade numa fase posterior.

O molusco contagioso é uma infecção viral limitada à pele, pelo que não cursa geralmente com sintomas gerais, como por exemplo febre, mal-estar, anorexia. Exceptuam-se situações mais graves, em que haja sobreinfecção bacteriana importante das lesões cutâneas ou ocorrência de outras complicações, situações essas que deverão ser avaliadas num primeiro contacto médico.

Tratamento

Muitas vezes, dada a natureza benigna e transitória desta infecção, pode optar-se por uma atitude expectante, aguardando a resolução espontânea das lesões, em especial quando as lesões são em pequeno número. 

No entanto, quando a auto-resolução é mais demorada ou as lesões são em maior quantidade ou mais sintomáticas é aconselhável o tratamento.

 A escolha do tratamento depende da idade da criança, da coexistência de outras doenças da pele ou de outros órgãos e do número e distribuição das lesões. 

Existem vários métodos de tratamento - métodos destrutivos físicos, isto é, por acção mecânica, e métodos destrutivos químicos, isto é, através da aplicação de uma substância química. As lesões têm que ser tratadas individualmente. 

Dentro dos métodos físicos conta-se a crioterapia, que consiste no uso de uma jacto de gás (azoto) a uma temperatura extremamente baixa, que funciona como uma queimadura térmica, destruindo as partículas do vírus. Este método tem o inconveniente de serem necessárias habitualmente várias sessões repetidas a intervalos de 3-4 semanas. 

A curetagem é uma forma de remoção cirúrgica, em que se utiliza uma cureta para destruir e destacar as lesões da superfície da pele. Ambas as modalidades são dolorosas pelo que necessitam, habitualmente, pelo menos em crianças mais novas, de anestesia local, a qual pode ser conseguida pela aplicação de uma pomada anestésica. 

Os métodos destrutivos químicos consistem na aplicação tópica de substâncias que vão provocar a eliminação do vírus, seja através dos seus efeitos directos ou implicando a resposta imunitária do próprio organismo. Entre estes contam-se a aplicação local de formulações contendo substâncias como o ácido salicílico, o ácido láctico, o hidróxido de potássio, retinóides, fármacos imunomoduladores como o imiquimod, entre outros.

Evolução / Prognóstico

O molusco contagioso é uma infecção autolimitada e benigna, sendo que nalguns casos as lesões podem nem carecer de tratamento específico, sofrendo involução espontânea. 

Mesmo nas situações em que se impõe a necessidade de tratamento, a resolução das lesões, ainda que seja um processo incómodo e por vezes prolongado no tempo, é total e completa, não acarretando formação de cicatrizes.

Prevenção / Recomendações

A prevenção passa por evitar a frequência de piscinas onde se saiba que existem outras crianças com molusco contagioso. Dado que o contágio e a disseminação das lesões são mais frequentes quando a pele está lesada, por exemplo com eczema, é importante o tratamento simultâneo do eczema. É igualmente importante o cuidado de manter as lesões limpas e secas, podendo utilizar-se para isso produtos antissépticos e tentar prevenir a auto-inoculação e a consequente disseminação das lesões pelo tegumento cutâneo isolando lesões individuais, e restringir a partilha de objectos e artigos de uso comum com outras crianças ou membros do agregado familiar.

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