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Introdução

A interrupção de gravidez consiste em terminar a gravidez por opção da mulher, também conhecida por “aborto” ou “desmancho”. Desde 2007, em Portugal é permitido por lei interromper a gravidez até às dez semanas, desde que seja num hospital ou clínica autorizados. Trata-se de um procedimento médico com poucos riscos para a jovem.

Frequência

A maioria das interrupções de gravidez ocorrem em mulheres com idades entre os 20 e os 34 anos, mas a probabilidade de uma gravidez ser voluntariamente interrompida é mais elevada nas adolescentes.

Este artigo descreve como se processa a interrupção voluntária de gravidez em Portugal.

Sinais e sintomas

Os sintomas de uma gravidez inicial são descritos no tema gravidez na adolescência.

O que fazer

Deve haver um encaminhamento para a consulta de gravidez indesejada (interrupção de gravidez), que é realizada em alguns hospitais e clínicas autorizados.

A jovem deve dirigir-se ao seu Centro de Saúde ou hospital da área de residência e solicitar a primeira consulta. A IVG não se efetua no Serviço de Urgência.

Consulta prévia

A primeira consulta é chamada “consulta prévia”, e serão feitas perguntas à jovem, nomeadamente doenças conhecidas e a data da ultima menstruação. Podem ser pedidos exames ao sangue e pode ser realizada uma ecografia para identificar a localização da gravidez e determinar as semanas.

Será informada sobre os métodos de interrupção disponíveis e métodos contracetivos que poderá iniciar depois. É ainda oferecido apoio psicológico e social.

Irá receber um documento chamado consentimento informado, que deverá ser assinado pela grávida ou pelo seu representante legal, se for menor de 16 anos.

Será marcada a consulta seguinte, para iniciar a interrupção da gravidez, com o intervalo mínimo obrigatório de 3 dias.

Consulta para a realização da IVG

É nesta consulta que se realiza a interrupção, seja ela com medicamentos ou com cirurgia. Normalmente, a interrupção de gravidez não necessita de internamento.

No método medicamentoso, a consulta implica a primeira administração de um fármaco, e a entrega da segunda dose de medicamentos, cuja toma já será em casa.

O método cirúrgico implica a permanência no serviço de saúde durante uma manhã ou tarde.

Será depois marcada a terceira consulta de controlo.

Consulta de controlo

Esta consulta, cerca de duas a três semanas após a interrupção, tem como finalidade confirmar, através de uma ecografia ou de uma análise, se a interrupção foi bem sucedida.

É ainda uma oportunidade para a mulher iniciar um método contracetivo, se ainda não iniciou, ou encaminhar para consulta de planeamento familiar.

Tratamento

Existem dois métodos de interrupção da gravidez, através da toma de medicamentos ou de uma cirurgia. A jovem pode escolher o método que prefere, mas as opções devem ser discutidas com o profissional de saúde. Ambos os métodos geralmente são realizados sem necessidade de internamento, e podem implicar a toma de antibióticos e medicamentos para as dores.

Aborto Medicamentoso

Consiste na toma de dois medicamentos diferentes, com um intervalo de 36 a 48 horas, conforme é explicado pelo profissional de saúde. O primeiro medicamento é tomado na consulta. O segundo medicamento é entregue à grávida, podendo ser tomado em casa.

A hemorragia por via vaginal e dor abdominal ligeira a moderada são efeitos esperados; ocasionalmente podem surgir náuseas, vómitos, diarreia ou febre. Numa minoria, na consulta de controlo verifica-se que o aborto não está completo, podendo ser necessário repetir medicação ou realizar uma cirurgia.

Aborto Cirúrgico

Consiste numa cirurgia (aspiração do conteúdo uterino), com anestesia local ou geral, que implica uma vigilância curta no hospital. É uma técnica muito eficaz, e permite o início imediato de vários métodos contracetivos, como a colocação de um dispositivo no útero.

Complicações

As complicações de ambos os métodos de IVG são raras, e incluem hemorragia, infeção ou perfuração do útero. São sinais de alarme, que implicam o contacto com o estabelecimento de saúde: febre, hemorragia abundante, dor abdominal intensa ou mau estar acentuado, corrimento com cheiro fétido.

Prevenção / Recomendações

A hemorragia vaginal após uma interrupção com medicamentos dura em média 10 a 14 dias, mas pode ser mais prolongada, em quantidade cada vez menos abundante. Normalmente as perdas após a técnica cirúrgica são menores.

A fertilidade pode voltar cerca de 10 dias depois, sendo por isso essencial iniciar um método contracetivo seguro e eficaz logo que possível.

Todos os métodos contracetivos podem ser iniciados após a interrupção, incluindo os dispositivos que se colocam no útero, que podem ser introduzidos imediatamente após o aborto cirúrgico.

Se houver risco de falha da consulta de revisão, pode-se propor iniciar uma pílula ou colocar o implante no braço logo na consulta da interrupção.

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