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Introdução

Definição

Bronquiectasia é a designação dada a uma zona de cicatriz / fibrose no interior do pulmão. As vias respiratórias, após serem danificadas, tendem, nalgumas circunstâncias, a tornar-se fibrosadas, adquirindo a conformação de um “saco” onde o muco se pode acumular. Neste muco, os vírus e as bactérias podem crescer e reproduzir-se com facilidade e rapidez, causando infecções. Estas complicações infecciosas podem agravar os danos às vias aéreas e aos pulmões. Uma vez formadas, as bronquiectasias permanecem para toda a vida. No entanto, com tratamento adequado, pode conseguir-se algum controlo e evitar mais lesões. Nas crianças mais pequenas, como os seus pulmões ainda estão em crescimento e formação, o tratamento é ainda mais importante.

Frequência

É uma doença rara nas crianças.

Causas

Na maioria dos casos, as bronquiectasias surgem após infecções pulmonares graves ou recorrentes, podendo formar-se na sequência de bronquiolites ou pneumonias graves, com necessidade de internamento, arrastadas ou que se repetem com frequência.

Mais raramente, as bronquiectasias podem complicar doenças em que haja dificuldade em combater infecções como, por exemplo, défice congénito (de nascença), ou adquirido (doença ou medicação) da imunidade. Podem surgir como complicação de corpos estranhos não retirados das vias aéreas, ou em situações de aspiração frequente para as vias aéreas (engasgamento, dificuldade na deglutição), em que os alimentos ou o suco gástrico se podem alojar nas vias aéreas. Em algumas doenças genéticas em que o muco é demasiado espesso (fibrose quística) ou em que o organismo não consiga eliminá-lo convenientemente (discinesia ciliar primária), também ocorrer com bronquiectasias.

Sinais e sintomas

O principal sintoma é a tosse produtiva, com expectoração, que pode durar semanas. A tosse pode ser mais intensa ao acordar, durante o exercício físico e sobretudo com as infecções. Nestas, acompanha-se de febre, alteração das características da expectoração (consistência, cor, aspecto, cheiro), e dificuldade respiratória. Podem ocorrer períodos, mais ou menos prolongados, de melhoria ou mesmo desaparecimento da tosse.

O que fazer

Quando a criança adoece, deve ser observada pelo médico quando os pais notarem mais tosse que habitualmente, corrimento nasal esverdeado, expectoração mais abundante, amarela ou esverdeada, espessa ou com odor mais intenso, respiração mais rápida, febre, dor torácica, falta de apetite ou cansaço.

Algumas situações obrigam a uma observação de urgência: se a febre for alta e difícil de ceder, se o doente estiver prostrado, se surgir sangue na expectoração (hemoptise), dificuldade respiratória que impeça a fala, ou se os lábios e língua se tornarem azulados.

Que exames poderão ser necessários?

A radiografia do tórax é habitualmente o primeiro exame, mas nem sempre esclarece a presença e as alterações associadas a bronquiectasias. Provavelmente será importante realizar uma tomografia computorizada torácica para melhor caracterização das lesões. Este exame pode precisar de ser feito sob anestesia, para assegurar que a criança se mantenha imóvel.

Nalguns doentes pode ser importante efectuar análises bacteriológicas das secreções brônquicas, para orientar a terapêutica antibiótica. Pode ser necessário efectuar uma broncoscopia, permitindo a observação directa do interior das vias aéreas e a colheita de material para identificação de bactérias ou outros estudos.

As análises ao sangue podem ser necessárias, bem como estudos para diagnóstico de doenças genéticas (prova de suor para fibrose quística, p. ex). As provas de função respiratória podem auxiliar na avaliação da repercussão da doença sobre o funcionamento do aparelho respiratório.

Tratamento

As crianças podem necessitar de fisioterapia respiratória, mais ou menos frequente. Existem diferentes técnicas, com vibração e percussão ou com o auxílio de dispositivos específicos. O objectivo é eliminar o excesso de muco do interior das vias aéreas para as manter funcionantes. A fisioterapia é diferente consoante a idade do doente.

Pode haver necessidade de terapêutica antibiótica nas agudizações. Esses tratamentos são em regra mais prolongados que em crianças saudáveis (até 2 a 3 semanas) e, nalguns casos, devem ser administradas no hospital.

As crianças podem beneficiar de inaladores com broncodilatadores ou anti-inflamatórios, semelhantes ao tratamento da asma.

Evolução / Prognóstico

Trata-se habitualmente de uma situação permanente. Com tratamento adequado consegue-se que não haja agravamento e, nalgumas crianças pequenas, pode haver alguma reversão da doença.

Prevenção / Recomendações

A prática regular de exercício físico é fundamental, especialmente se a criança respirar profundamente. O exercício pode desencadear alguma tosse mas não deve ser evitado por esse motivo.

As crianças devem ter cuidados com a alimentação, que deve ser equilibrada e saudável. O tabaco é especialmente prejudicial, pelo que deve ser evitado a todo o custo. As vacinas devem ser cumpridas sendo a vacina da gripe recomendada anualmente.

O programa de seguimento regular não deve ser negligenciado, sendo o crescimento monitorizado e a função respiratória medida. Por vezes são necessárias análises bacteriológicas das secreções, para programação dos tratamentos antibióticos.

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