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Introdução

Definição

A gravidez ectópica consiste na implantação e desenvolvimento do embrião fora da cavidade uterina.

Frequência

Estima-se que 1 a 2% de todas as gravidezes são ectópicas, sendo a trompa a localização mais frequente (98%). A gravidez ectópica é considerada como uma emergência ginecológica, sendo responsável por 4 a 10% das mortes maternas.

Causa

São reconhecidos como fatores de risco antecedentes de gravidez ectópica, distorção da anatomia tubar (por cirurgia, infeção, anomalias congénitas ou tumores), infeção pélvica, infertilidade, técnicas de procriação medicamente assistida, exposição in útero ao dietilestilbesterol e múltiplos parceiros sexuais.

Sinais e sintomas

A apresentação clínica da gravidez ectópica normalmente ocorre no primeiro trimestre de gestação sendo a amenorreia (atraso menstrual), dor abdominal e hemorragia vaginal a tríade clássica, mas nem sempre presente. A hemorragia vaginal pode ser escassa de cor escura ou abundante tipo período menstrual. Cerca de 10% das gravidezes ectópicas podem ser assintomáticas.

Quando a sintomatologia está presente, é inespecífica e frequentemente subtil, dificultando o diagnóstico diferencial com outras patologias ginecológicas, gastrointestinais e genitourinárias, incluindo a apendicite aguda, salpingite, rotura de quisto do corpo lúteo, torção do ovário ou infeção do trato urinário.

Uma gravidez ectópica com rotura, pode apresentar-se ainda como dor aguda intensa, podendo evoluir para uma situação grave de choque hipovolémico, com necessidade urgente de cirurgia.

O que fazer

Atendendo à gravidade que pode decorrer de um quadro de gravidez ectópica complicada por rotura, é aconselhada a procura por cuidados médicos perante uma adolescente com vida sexual, hemorragia vaginal anormal e/ou dor abdomino-pélvica moderada a intensa e de início súbito.

Tratamento

O diagnóstico precoce de gravidez ectópica permite a opção por tratamento médico, cirúrgico ou expectante. O tratamento vai depender dos sintomas da doente, dos valores da hormona que deteta a gravidez (hormona gonadotrófica coriónica humana – beta-hCG) e dos achados por ecografia endovaginal (localização, tamanho da gravidez e da presença ou ausência de embrião com batimentos cardíacos). A escolha terapêutica terá de ser adaptada a cada doente.

Se for  possível um tratamento expectante, serão necessárias várias admissões à urgência, com o objetivo de avaliar se o valor da hormona beta-hCG está a aumentar ou a diminuir, o que poderá traduzir uma gravidez evolutiva ou um aborto. Se estiver a diminuir será mantida a vigilância até o valor negativar, caso esteja a aumentar poderá ser proposto outro tipo de tratamento.

O tratamento médico, implica a administração de um medicamento, o metotrexato, o qual vai parar o desenvolvimento da gravidez e levar à sua dissolução. Também neste caso são necessárias várias admissões à urgência (para teste de sangue e eventual ecografia).

Em casos mais graves ou em situações sem a resposta esperada ao tratamento implementado, poderá ser necessária cirurgia. A cirurgia pode resultar na remoção total da trompa afetada ou apenas na remoção da gravidez.

Evolução / Prognóstico

É reportado elevado sucesso terapêutico, independentemente do tratamento implementado. A gravidez ectópica não tem impacto na fertilidade futura, no entanto, o sucesso obstétrico parece mais limitado para mulheres com história prévia de infertilidade.

Prevenção / Recomendações

A maioria das gravidezes ectópicas não são preveníveis, no entanto, como um dos principais factores de risco são as infeções sexualmente transmissíveis, é importante o reforço no uso do preservativo.  

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