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Introdução

Definição

Verrugas plantares são verrugas virais que se localizam na planta dos pés e face plantar dos dedos. São provocadas sobretudo pelos serotipos 1, 2 e 4 do HPV (Human Papilloma Virus). 

Epidemiologia

São particularmente prevalentes em crianças e jovens que frequentam piscinas ou balneários, embora possam surgir em outras circunstâncias. A inoculação do vírus é facilitada pela humidade e maceração da pele das plantas e crê-se que resulta do contacto do pé desnudo com a pedra antiderrapante em volta das piscinas.

História Clínica

Anamnese

As verrugas plantares podem ser únicas ou múltiplas. A maioria localiza-se em zonas de apoio (calcanhar, antepé) e são dolorosas à pressão, pelo que, de início, são frequentemente confundidas com corpo estranho ou com calo. Mas ao contrário destes, são mais dolorosas à pressão lateral, ou seja quando se apertam entre os dedos.  Pelo facto de serem dolorosas obrigam a colocação do pé em posição de defesa, viciosa, provocando o aparecimento de calosidades nas áreas onde passa a existir maior apoio.

Exame objectivo 

Surge inicialmente pequena pápula, a qual progressivamente assume a forma de lesão redonda, bem definida, de superfície queratósica, verrucosa, rodeada de um colar córneo.

Verruga plantar única
Verrugas plantares múltiplas

Ao serem aparadas com lâmina pode observar-se à superfície pequeno ponteado negro que corresponde a trombose de capilares da derme papilar. A continuação da raspagem pode ocasionar sangramento destes vasos. 

Ao contrário da verruga plantar típica única ou em pequeno número, por vezes podem observar-se múltiplas verrugas agrupadas, mais superficiais, formando um aglomerado em área restrita – são as verrugas em mosaico. São menos dolorosas (ou mesmo indolores), mas são mais persistentes e não curam espontaneamente com a mesma facilidade.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico da verruga plantar é fundamentalmente clínico e assenta nas características já referidas. Em caso de dúvida, e após excisão de lesão da planta, poderá ser enviada a peça para exame dermatopatológico para confirmação. O diagnóstico diferencial deve ser feito com:

  • Calo ou calosidade plantar – este tem superfície lisa, não verrucosa. Pode ser doloroso à pressão vertical, mas é pouco doloroso à pressão lateral. Surge apenas em áreas de pressão ou atrito permanente, mas não noutras zonas (cavum, por exemplo).
  • Corpo estranho – nas fases iniciais as verrugas são, frequentemente, confundidas com corpo estranho (picos ou outros); mas também aqui a dor, por vezes tipo picada, é à pressão vertical, mas não lateral.
  • Cicatrizes de intervenções anteriores.
  • Outros tumores plantares mais raros.

Exames Complementares

Patologia Clínica

Sem interesse

Tratamento

Algoritmo clínico/ terapêutico

A verruga plantar típica, única ou em pequeno número, e nos jovens até à puberdade, tem tendência a cura espontânea em menos de 1 ano. Nos adolescentes e adultos esta tendência é menor, em especial nas verrugas em mosaico.

A decisão de tratar e a técnica a utilizar dependem da idade, da localização da verruga, da existência ou não de queixas dolorosas, mas tendo sempre em atenção a necessidade de não deixar cicatrizes importantes que ocasionem alguma impotência funcional.

  1. Nas crianças e jovens até à puberdade a aplicação de queratolíticos sob oclusão (pomada vaselinada com ácido salicílico a 20%, vernizes contendo ácido salicílico e/ou ácido láctico) conduz à cura, sem sequelas, na grande maioria dos casos. Em caso de dúvida de persistência da verruga um pequeno sinal é muito útil - o desaparecimento da dor à compressão entre os dedos.
    Nas verrugas em mosaico, dado que a tendência para persistirem é maior, o tratamento queratolítico tem de ser mais prolongado, acompanhado de raspagem frequente das lesões.
  2. Quando os queratolíticos não são suficientes, a curetagem (de 1-2 verrugas), após maceração com queratolíticos e sob anestesia local (dolorosa) é um excelente método – cura sem cicatriz e a recuperação é rápida. Tem taxa de recidiva de cerca de 20%.
  3. Crioterapia com azoto líquido também pode ser utilizada. Porém é método muito doloroso na planta (pode obrigar a anestesia) e a recuperação é lenta.
  4. Laserterapia de CO2 ou a electrocoagulação deverão ser evitadas na planta, pelas cicatrizes que podem deixar.
  5. A cirurgia clássica (excisão e sutura) é técnica a evitar absolutamente. Para além da cicatriz, é grande o risco de inoculação do vírus da verruga em cada ponto de sutura.

Evolução

Uma percentagem elevada de verrugas plantares, sobretudo nos jovens, cura espontaneamente, pelo que há que ser prudente na abordagem terapêutica desta patologia. 

Pode haver recidiva ou reinfecção, mas estas não são frequentes, pelo que o prognóstico no médio ou longo prazo é excelente. 

Este prognóstico poderá ser menos favorável nas verrugas em mosaico (mais difíceis de tratar) ou em situações de imunodeficiência primária ou adquirida.

Bibliografia

Dadas as condições e situações favoráveis à inoculação do vírus nas verrugas plantares, todos os jovens devem ser instruídos ao uso permanente de calçado de protecção quando frequentam não só piscinas, mas também em balneários e instalações similares.

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