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Introdução

Definição

A luz solar apresenta vários efeitos benéficos sobre a pele humana, sendo os mais importantes a acção térmica e a anti-raquítica decorrente da síntese epidérmica de vitamina D a partir da exposição cutânea à radiação UVB. Contudo a exposição solar em excesso pode resultar em várias lesões agudas e crónicas da pele, olhos e sistema imunitário.

O sol emite um amplo espectro de radiação electromagnética. Esta é filtrada pela camada de ozono atmosférico e apenas 2/3 desta radiação atinge a superfície terrestre: a luz visível, a radiação ultravioleta (UVA e UVB) e a radiação infravermelha.

A radiação infravermelha atinge a hipoderme, interferindo em reacções fotoquímicas cutâneas fisiológicas (mielinização), e proporciona sensação calorífica (aquecimento, queimadura), enquanto que a radiação ultravioleta atinge a derme superficial e média com acção sobre a camada germinativa epitelial e melanócitos quer patológicas (cancro, fenómenos degenerativos de envelhecimento da pele, e reacções cutâneas de foto-traumatismo e fotossensibilidade).

Da totalidade de radiação solar que atinge a terra, apenas 5% corresponde a radiação ultra violeta, no entanto praticamente todos os efeitos positivos e negativos do sol ao nível da pele são devidos a esta radiação, sendo 80% devidos aos UVB e 20% aos UVA. Os raios UVA têm maior potencial para provocar queimaduras e envelhecimento da pele, enquanto os raios UVB têm maior potencial carcinogénico (provocar cancros da pele).

Frequência

Os grupos de risco incluem: lactentes e crianças com menos de dois anos, pessoas com pele clara, sardas e/ou sinais, cabelo ruivo ou loiro, olhos claros, as que tenham antecedentes familiares de cancro de pele ou com condições médicas como albinismo ou que impliquem a toma de fármacos fotossensibilizantes.

As crianças com menos de dois anos são mais susceptíveis porque devido a diferenças anatómicas e funcionais cutâneas como maior turnover celular, filtro hidrolipídico menos rico e menor quantidade de melanina, faz com apresentem uma menor fotoprotecção natural.

Causa

Segundo a OMS, o nível de radiação UV é influenciado por vários factores ambientais:

  • Altura do sol – quanto mais alto, maior nível radiação (varia com altura do dia e do ano), sendo máximo por volta do meio-dia nos meses de verão;
  • Latitude – maior nível quanto mais perto do equador;
  • Nebulosidade – níveis mais altos em dias nebulados porque há dissipação da radiação UV pelas moléculas de água nas nuvens e atmosfera;
  • Altitude – quanto mais elevado menos denso é o filtro da atmosfera. Por cada aumento 1000 m em altitude, aumenta os níveis UV em 10-12%;
  • Níveis de ozono – absorvem radiação UV. Variam ao longo do dia / ano;
  • Reflecção terrestre – a radiação UV é reflectida por várias superfícies:  neve (80%); água do mar (25%); areia da praia seca (15%);

Sinais e sintomas

As lesões agudas mais frequentes são as queimaduras solares e fotodermatoses (reacções fototóxicas e/ou fotoalérgicas e agravamento de lesões cutâneas preexistentes). As queimaduras são mais prováveis quando para além da exposição solar, os raios UV são reflectidos por água, areia ou neve (situações de risco e cuidados acrescidos).

As lesões crónicas derivam do facto da acção dos UV sobre a pele ser cumulativa e dependem da dose total de fotões recebidos e da qualidade da fotoprotecção natural do individuo. As lesões mais frequentes são o foto-envelhecimento cutâneo, a foto-carcinógenese e as cataratas.

O que fazer

Fotoprotecção

A fotoprotecção pode ser dividida em natural e externa. A primeira engloba os agentes presentes na atmosfera, no meio ambiente e na pele, como por exemplo a pilosidade, a hiperplasia epidérmica e a camada de ozono. A fotoprotecção externa pode ser física (vestuário, óculos de sol, chapéus, sombra) ou de aplicação tópica (protectores solares). No entanto, o aspecto mais importante da fotoprotecção passa pelos cuidados gerais de exposição solar.

Protecção Física

Qualquer actividade ao ar livre (com sol, tempo nebulado ou vento) requer protecção solar adequada (não apenas nas férias, piscina ou praia).

A fotoprotecção física engloba:

  • Evitar exposição solar entre as 11.00-17.00 h. Caso não seja possível, deve-se procurar uma sombra tendo atenção a capacidade de reflexão da mesma;
  • As crianças com menos de dois anos não devem ser expostas directamente ao sol (usar chapéu, t-shirt seca e protector solar) e lactentes com menos de 6 meses devem ficar sempre à sombra independentemente da hora;
  • Uso de vestuário adequado. A eficácia de protecção UV depende da textura, cor, espessura, grau de humidade, grau de estiramento e do uso do tecido. A roupa de algodão, escura, porosa, seca e menos usada oferece maior protecção;
  • Uso de chapéu largo, de preferência que cubra face, orelhas e pescoço. Se optar por um boné aplicar protector solar nas áreas expostas;
  • Uso de óculos escuros com protecção UVB – 100% protecção ou UV 400  
  • Uso de protector solar

Protector solar

Os protectores solares, actuam por reflexão ou absorção da radiação UV e classificam-se em inorgânicos e orgânicos. Existem diversas formas galénicas (soluções, leites, cremes, gel, sprays) que idealmente são formulações estáveis, com afinidade cutânea, resistentes à água e areia e com boa cosmeticidade.

A eficácia protectora destes produtos é medida pelo factor de protecção solar (FPS) para os UVB e em estrelas para os UVA. O factor que mais influencia a eficácia do protector é a quantidade aplicada. A quantidade usada nos testes de determinação do FPS é 2 mg / cm2 no entanto a maioria das pessoas aplica uma quantidade média de 0.5 mg / cm2. Assim, a maioria da perda de eficácia de fotoprotecção é causada pela aplicação e frequência de reaplicação inadequadas.

Tipos de protectores:

  • Inorgânicos: são pigmentos minerais que actuam por dispersão e reflexão da radiação solar sendo o seu espectro de acção amplo e abrangente (UVA e UVB) Os mais utilizados actualmente são o dióxido de titânio e o óxido de zinco. São foto-estáveis e não absorvíveis pela pele.
  • Orgânicos: são substâncias químicas que actuam por mecanismos de absorção (e não de reflexão) apenas em determinados limites de comprimento de onda do espectro luminoso. Podem ser de banda estreita (absorvem apenas UBV) ou de banda larga (absorvem UVB e parte dos UVA).

Modo de aplicação

  • Todas as pessoas devem usar protector solar independentemente da cor da pele;
  • Aplicação liberal, repetida e em todas as zonas expostas;
  • A quantidade correcta corresponde a cerca de 30 ml;
  • A eficácia protectora (formação de filme protector) inicia-se 15-30 minutos após a aplicação de maioria dos protectores, sendo que a primeira aplicação deve ser em antes da exposição;
  • É aconselhável usar protectores contra UVB e UVA;
  • O protector deve ter pelo menos um FPS 15 para UVB e 4 estrelas para UVA;
  • É aconselhável uma protecção maior nos primeiros dias de exposição, em crianças com menos de dois anos (FPS 30) e em situações de maior exposição (água, areia, neve, altitude);
  • Antes dos 6 m de idade não devem ser usados fotoprotectores solares;
  • Dos 6 m aos 3 anos deverão ser utilizados preferencialmente protectores inorgânicos uma vez que não são absorvidos pela pele;
  • Reaplicar ao longo do dia no mínimo de 2-2 h ou quando necessário. Apesar de resistentes à água, o tempo de permanência do protector na pele diminui com a água ou suor, pelo que deve ser reaplicado com mais frequência nestas circunstâncias.

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