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Introdução

Definição

A urticária pode afectar qualquer pessoa em qualquer idade, é muito frequente e sem gravidade, mas provoca um incómodo transitório, pela comichão e pelo impacto visual causado pelas lesões vermelhas na pele. É originada principalmente pela activação de um determinado tipo de células da pele, os mastócitos que, entre outras, libertam uma substância designada por histamina (a mesma substância que os picos da urtiga deixam na pele). Daí o nome da doença, que deriva da reacção que a urtiga provoca quando contacta com a pele.

Os tipos de urticária são:

a) Urticária aguda (que pode durar até 6 semanas): é a mais frequente, existindo na maioria dos casos uma relação causa-efeito por hipersensibilidade ou intolerância a um determinado agente (medicamento, alimento ou outro). Responde bem à terapêutica e habitualmente não necessita de análises.

b) Urticária crónica (lesões diárias ou quase diárias que se sucedem durante mais de 6 semanas): na sua grande maioria não são graves e em mais de 80% não se identifica a causa, nem qualquer alergia. Nestas urticárias crónicas deve ser realizada uma abordagem diagnóstica mais aprofundada em consulta. 

Distinguem-se outros tipos de urticária em que a causa é passível de ser identificada: após fricção, vibração ou pressão na pele, exposição à água, calor, frio ou sol ou mesmo realização de esforço físico. Por exemplo, quando com um objecto pontiagudo podemos escrever na pele e esta, em poucos minutos, fica vermelha e em relevo, trata-se de um tipo de urticária que designamos por dermografismo; ou quando a pressão dos elásticos da roupa provoca «babas» que desaparecem após minutos ou horas estamos perante uma urticária de pressão.

Frequência

Os estudos apontam para uma prevalência de urticária, ao longo da vida, entre 1 e 30% na população em geral. As formas crónicas têm prevalências baixas. Pode ocorrer em qualquer idade e em qualquer raça. 

Causa

Pode ser uma manifestação de alergia, mas muitas vezes estão em causa reacções não alérgicas, por activação directa das células que libertam a histamina. Os agentes frequentemente implicados são alimentos (marisco, peixes, especiarias, farinhas, frutos secos e frescos, vegetais, etc.), corantes/conservantes/aditivos alimentares (por exemplo sulfitos dos vinhos, aspartame dos adoçantes, monoglutamato de sódio presente na cozinha chinesa, etc.), medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, vacinas, suplementos alimentares, etc.), látex, algumas plantas, venenos de insectos, e até infecções por vírus, entre outros.

Sinais e sintomas

a) «Babas» vermelhas com relevo na pele, que desaparecem após aplicarmos pressão com o dedo:

  • Aparecem subitamente e cada lesão individual não dura mais de 24 horas na maior parte dos casos, desaparecendo espontaneamente ou com a medicação, ficando a pele normal.
  • Habitualmente as «babas» mais antigas desaparecem num sítio e aparecem novas noutro local, podendo persistir vários dias ou semanas; é normal que após desaparecerem completamente possam reaparecer.
  • Em torno dos olhos, lábios ou genitais, o inchaço pode ser exuberante e prolongar-se por largas horas.

b) Comichão intensa.

c) Nos casos graves pode existir dificuldade em respirar ou engolir, devendo o doente recorrer imediatamente a um serviço de urgência

O que fazer

Encontrar e eliminar a causa ou factores desencadeantes: muitas vezes é impossível identificá-los e não existe nenhum teste especial que identifique com precisão a causa do episódio. 

Como o diagnóstico é clínico, na urticária aguda não está recomendada a realização de análises nem outros estudos complementares (excepto se existir algum factor desencadeante identificado, como por exemplo alergia); nas urticárias crónicas já deve ser realizada uma abordagem diagnóstica mais aprofundada em consulta, habitualmente complementada com o pedido de exames complementares de diagnóstico.

No período das crises devem ser evitados factores que possam agravar/piorar a urticária, tais como calor, roupas apertadas, consumo de bebidas alcoólicas, consumo de alimentos com corantes/ conservantes, medicamentos como os anti-inflamatórios (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e similares).

Adoptar medidas gerais para reduzir a comichão e atenuar a cor e o relevo das lesões, tais como duche tépido.

Tomar medicamentos prescritos para reduzir a comichão

Tratamento

Quando encontrados, é fundamental eliminar a causa ou factores desencadeantes.

Nas medidas gerais, para reduzir a comichão, incluem-se os medicamentos do grupo dos anti-histamínicos (antialérgicos). São prescritos em xarope ou em comprimidos e tomados diariamente, mas não fazem desaparecer totalmente a urticária de forma imediata.

Evolução / Prognóstico

Na maior parte dos casos, a urticária é uma doença que se localiza só na pele. Não é contagiosa. Apesar de muitas vezes ser aparatosa, resolve-se habitualmente sem qualquer problema para o doente.

Prevenção / Recomendações

É normal que as manchas desapareçam completamente e voltem a aparecer horas ou dias mais tarde, não sendo necessário voltar ao médico.

Nos casos graves pode existir dificuldade em respirar ou engolir, devendo o doente recorrer imediatamente a um serviço de urgência.

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