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Introdução

Definição

A assimetria mamária define-se como uma diferença no volume, forma e posição mamário.

Frequência

Durante o desenvolvimento da mama, que se inicia habitualmente entre os 8 e os 13 anos, é frequente haver um crescimento mamário desigual. Na idade adulta, cerca de 25% das mulheres têm queixas de algum grau de assimetria mamária.

Causa

Apesar da possibilidade de existência de patologia (doenças dermatológicas, desvios do eixo da coluna vertebral ou nódulos mamários), a maioria das vezes a assimetria não é mais do que um processo normal, com tendência a resolver na idade adulta.

Sinais e sintomas

Na maioria das vezes, a assimetria mamária é isolada, não estando associada a outros sintomas.

Existem vários graus de assimetria mamária, num espetro que poderá ir desde uma pequena diferença de forma ou volume até à ausência total do desenvolvimento de uma mama.

Na presença de assimetria, é fundamental a exclusão de patologia subjacente.

O crescimento exagerado ou deformidade de uma mama poderá estar associado à presença de um ou vários nódulos mamários uni ou bilaterais, cuja etiologia é importante esclarecer. Os nódulos da mama poderão associar-se a dor mamária persistente ou cíclica, habitualmente em relação com os ciclos menstruais. A doença maligna da mama nesta faixa etária é muito rara e, quando presente, é mais frequentemente por metastização de outra neoplasia do que um tumor primário da mama.

Algumas doenças de outros sistemas ou órgãos poderão também estar na origem da assimetria mamária. A doença de Poland, uma anomalia congénita não-genética, caracteriza-se por ausência de desenvolvimento de uma das glândulas mamárias, atrofia do músculo grande peitoral, deformidade da mão e das costelas, alopécia axilar do mesmo lado da atrofia mamária.

A esclerodermia juvenil é uma doença auto-imune rara, associada a fatores ambientais (trauma, stress, infeção, medicação), cujas alterações cutâneas e musculares associadas poderão acarretar diferenças de forma e volume mamários.

O que fazer

Quando o grau de assimetria é significativo e condiciona mal-estar físico e psicológico, deverá ser procurada ajuda médica.

O principal objetivo da avaliação será a exclusão de patologia na origem da assimetria.

Para tal, e para além de um exame físico exaustivo, poderá ser necessária a realização de exames complementares de diagnóstico, sendo o exame de primeira linha a ecografia mamária. Este exame é um importante auxiliar na diferenciação entre nódulos sólidos e quísticos e entre lesões potencialmente benignas ou malignas.

Tratamento

Com uma anamnese exaustiva e detalhada e um exame objetivo rigoroso, muitos dos casos de assimetria mamária em adolescentes poderá ser categorizado como parte do processo de normal desenvolvimento. Assim, na maioria dos casos, esclarecer a jovem e a família acerca do carácter fisiológico da assimetria mamária será suficiente.

Apesar do seu carácter fisiológico, a assimetria mamária acarreta frequentemente desconforto físico e psicológico às jovens afetadas, numa fase em que a imagem corporal e a aceitação pelos pares assume especial importância. Este facto leva a que muitas jovens pretendam avançar para cirurgia estética, sem esperarem pelo processo normal de maturação da mama.

O American College of Obstetricians and Gynecologists emitiu as seguintes recomendações relativamente à realização de cirurgia estética da mama em adolescentes:

  • As candidatas a cirurgia mamária puramente estética deverão ter, no mínimo, 18 anos de idade.
  • As adolescentes deverão ter expectativas realistas acerca do desfecho cirúrgico e conhecer os riscos inerentes ao procedimento.
  • É obrigatório o consentimento parental em pacientes com idade inferior a 18 anos.

Nos casos em que se justifica tratamento, quer pelo grau de assimetria, quer por desejo inadiável da jovem e familiares, o tratamento a oferecer é cirúrgico. As técnicas mais frequentemente utilizadas para a realização desta correção são a mamoplastia de aumento, mamoplastia de redução e mamopexia. Não é raro haver necessidade de recorrer a várias destas técnicas num só ato cirúrgico, com vista à obtenção do melhor resultado estético. Aquando da necessidade de realização de mamoplastia de aumento, a abordagem de eleição será com incisão infra-mamária, com vista à preservação de galactóforos, que permitam o sucesso numa amamentação futura.

Antes de avançar para o procedimento cirúrgico, é fundamental discutir com a paciente a localização das cicatrizes e a imprevisibilidade da sua evolução futura, bem como a possibilidade de recorrência de assimetria, sobretudo após uma gravidez ou período de amamentação.

As principais complicações associadas à cirurgia estética da mama são:

  • Relacionadas com o procedimento cirúrgico: ceroma / hematoma, infecção, necrose cutânea, mastalgia persistente, tromboflebite superficial das veias epigástricas, deiscência da ferida operatória.
  • Relacionadas com os implantes: Contratura capsular, ruptura, exposição ou mal posicionamento do implante.

Quando na investigação etiológica da assimetria mamária é detetado um nódulo, a sua exérese está indicada na presença de:

  • Lesão quística refratária a aspiração ou quando a aspiração não é exequível/eficaz.
  • Lesão sólida suspeita de malignidade ou malignidade confirmada em estudo anatomo-patológico.
  • Fibroademona > 5 cm.  

Evolução / Prognóstico

Na esmagadora maioria dos casos, a assimetria mamária não carece de tratamento, tendo tendência a atenuar ou até mesmo desaparecer com o normal processo de desenvolvimento mamário.

Nas jovens que se submetem a cirurgia estética para resolução da assimetria, numa fase em que a mama ainda não completou o seu processo de desenvolvimento e maturação, importa reforçar a ideia de que haverá sempre possibilidade de recorrência das queixas, sobretudo após a gravidez e amamentação.

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